Como Criar UDFs com Ações no Power Apps Canvas: Guia Prático

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Quem já lida com Power Apps Canvas há algum tempo certamente se deparou com limitações na definição de tipos de dados. Antes, era comum adaptar fórmulas e conexões porque nem sempre o tipo de dado nativo dava conta do recado. Mas agora chegaram os tipos definidos pelo usuário, também conhecidos como User Defined Types (UDTs). E se você acha o nome pomposo, espere até ver o que eles permitem fazer.

Mais liberdade para criar, menos para se preocupar com limitações do sistema.

Mas calma. Antes de sair usando, é bom saber de onde veio. Recentemente, falamos sobre as funções definidas pelo usuário, os UDFs, que permitiram encapsular lógicas que antes ficavam espalhadas pelo app inteiro. Os UDTs são quase irmãos dessas funções: se um resolve o como fazer, o outro decide o que é aquilo que você está manipulando.

O que são os tipos definidos pelo usuário

Pense em um tipo de dado padrão do Power Apps. Texto, número, tabela… são tipos genéricos. Mas e se você pudesse, por exemplo, criar um tipo “Pessoa” com os campos nome, idade, data de nascimento? Ou um tipo “Pedido” com produto, quantidade, cliente, data? Com UDTs, agora pode.

Em projetos como o Power, essa mudança veio para dar um respiro ao desenvolvimento de soluções mais complexas. O uso dos tipos definidos pelo usuário libera o criador de apps das amarras dos tipos básicos. A criatividade (e a organização) agradecem bastante.

Fase experimental: atenção antes de usar

Os UDTs ainda são experimentais. Isso significa, sem rodeios, que eles podem apresentar comportamentos inesperados. Talvez um erro estranho apareça, ou uma função pareça instável. É bem possível que, em produção, eles tragam mais dores de cabeça do que soluções — por enquanto. Terminou o teste e achou que está funcionando bem? Ainda assim, pode não ser o momento de confiar aplicações críticas a esse recurso. Use em protótipos, provas de conceito, estudos…

Nada de usar os UDTs em produção ainda. Sério!

Como habilitar os UDTs no seu app no Power Apps Canvas

Habilitar os tipos definidos pelo usuário é simples, mas pede atenção especial. Siga os passos abaixo:

  1. No editor do Power Apps Canvas, vá até Configurações (Settings).
  2. Clique em Recursos (Features) e busque por “User-defined types” ou “Tipos definidos pelo usuário”.
  3. Ative o recurso experimental.
  4. Salve o seu app.
  5. Feche e reabra o app. Só assim o recurso será totalmente ativado e visível.

Parece bobo lembrar, mas muita gente esquece de fechar e reabrir o app. Esse detalhe costuma ser o responsável número um por mensagens de erro e comportamentos esquisitos logo após ativar o experimental.

Configuração de tipos definidos pelo usuário na interface do Power Apps Principais usos e exemplos práticos

Então, por que tudo isso é interessante? Aqui vão alguns exemplos típicos do que agora é possível — e o que antes era uma verdadeira luta:

  • Definir um tipo “Pessoa” contendo subcampos como nome, idade, CPF, endereço… e passar esse objeto inteiro de uma função para outra.
  • Criar uma função personalizada que recebe uma tabela de Pedidos, aplica filtros ou cálculos e retorna não só a tabela, mas objetos tipados, seguros e previsíveis.
  • Unificar resultados vindos de APIs externas, dando forma e significado ao que antes era “apenas um registro com campos soltos”.
  • Montar aplicações que lidam com objetos complexos: orçamentos, workflows, dados relacionais — tudo organizado por tipos definidos, em vez de confiar só nos tipos nativos.

Sentiu a diferença? Antes era bagunça, agora existe uma lógica mais próxima do que vemos em linguagens maduras.

Como era a tipagem antes?

Antes dos UDTs, trabalhar com objetos personalizados era sempre um desafio. Era comum ver fórmulas do tipo:

{nome: "João", idade: 30}

Mas não dava para “guardar” esse formato como tipo. Se você quisesse uma função recebendo e retornando esse objeto, dependia da padronização “de cabeça” — ou seja, era fácil errar.

Agora, você define o tipo, usa em várias funções, e evita erros. Parece pouca coisa, mas faz uma diferença quando o app começa a crescer.

Transformando dados de API em objetos tipados

A conexão com APIs externas é cada vez mais frequente em projetos atuais. Mas dados vindos de APIs são, na maioria das vezes, sem forma definida: podem ser um JSON bagunçado, com campos opcionais ou com nomes incertos. E, por mais que pareça estranho, era comum gastar tempo limpando e “rebatizando” esses dados ao recebê-los no Power Apps.

Com os tipos definidos pelo usuário, você pode montar um tipo específico que represente exatamente o que espera receber. Com isso:

  • O código fica mais limpo;
  • Você diminui riscos com dados incompletos ou em formato inesperado;
  • A manutenção do app melhora consideravelmente.

Transformação de dados de API em objetos do Power Apps Olhar para frente: mais possibilidades, mais controle

Com a chegada dos UDTs ao Power Apps Canvas, muita coisa pode mudar para quem constrói soluções ricas e cheias de detalhes. Nada de se contentar com texto, número ou registro padrão. O desenvolvedor passa a criar um “vocabulário” próprio para o seu app, traduzindo melhor a realidade que deseja expressar em dados.

Em projetos como o Power, onde se busca ensinar e inspirar novos criadores, isso se traduz em apps mais didáticos, fáceis de manter e muito mais adaptados às necessidades do mundo real. Imagine um app escolar, onde cada “Aluno” têm notas, histórico, presença, informações de contato — tudo organizado pelo seu próprio tipo “Aluno”. Não parece mais natural do que forçar tudo em tabelas cheias de campos soltos?

Criar tipos personalizados é dar identidade à sua aplicação.

Um convite à experimentação (com responsabilidade)

Talvez, ao ler tudo isso, você já esteja pensando em testar esta novidade em seus protótipos. E deve mesmo. Só não esqueça: o recurso ainda está cru, faltam ajustes e a estabilidade vira e mexe é comprometida em versões experimentais. O que não falta é potencial.

Seja para facilitar o uso de funções, organizar estruturas de dados ou, quem sabe, permitir que sua empresa ganhe fôlego com apps que entendem melhor seus próprios requisitos, os UDTs são um novo ponto de partida — já bastante esperado pela comunidade, inclusive por quem acompanha o canal do Power.

Experimente, crie, erre e ajuste. Troque experiências com quem também começou a se aventurar pelos tipos definidos pelo usuário. A novidade pode ser vista ainda como instável, mas abre espaço para imaginar apps cada vez mais ricos, inteligentes e conectados à necessidade real de dados customizados.

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